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A NBA voltou: entenda o formato para a continuidade da temporada

04 de Junho

Com as competições paradas desde o começo de março devido à pandemia de covid-19, a NBA bateu o martelo e anunciou um formato diferenciado para retomar o campeonato e concluir a temporada de modo a minimizar os riscos para jogadores e demais funcionários. 

O modelo escolhido vai ter menos times envolvidos, uma nova estrutura de disputa e os jogos serão disputados em local único. O comissário Adam Silver comemorou a decisão após votação entre os donos de franquias, que aprovou o retorno da temporada por 29 x 1:

"Apesar dos grandes desafios que a pandemia de covid019 apresenta, esperamos terminar a temporada de maneira segura e responsável, com base em protocolos rígidos que estão sendo finalizados com oficiais de saúde pública e especialistas médicos." - Adam Silver. 

O único time que votou contra foi o Portland Trail Blazers, por entender que haviam outros modelos mais justos em negociação. Estes formatos, entretanto, não foram divulgados. Sobre o modelo aprovado, o que sabemos até agora passa pode ser respondido com a ajuda de algumas perguntas. 

Quem vai jogar?

Quando os jogos pararam, a maioria dos times estava mais ou menos na marca de 65 jogos disputados na temporada. Com isso, a situação das últimas vagas de playoffs ainda não estava definida, e muito menos o chaveamento para a fase de mata-mata. 

Para não ser injusta com os times que ainda buscavam essa vaga, a NBA estabeleceu uma linha de corte. Todos os times que estão seis jogos ou menos atrás da zona de classificação para os playoffs vão participar da conclusão da temporada. Isso perfaz um total de 13 times no Oeste e 9 times no Leste, assim ranqueados:

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Com isso, esses times terão uma chance de alcançar os Playoffs, já que estavam com esse objetivo quando a temporada foi interrompida. Mas como isso vai funcionar?

Como vai ser a competição?

A NBA não vai jogar todos os jogos que faltavam para que as equipes cheguem a 82 partidas na temporada, mas cada equipe vai disputar mais oito jogos de temporada regular antes dos playoffs. A ideia é que essas partidas sirvam para dar ritmo aos times antes da fase decisiva e que permitam que as disputas por vaga nos Playoffs e chaveamento se resolvam.

Ao final destes oito jogos de cada time, a liga vai olhar para a diferença entre o oitavo e o nono colocado na classificação. Se a distância entre eles for de mais de quatro jogos, o oitavo fica com a última vaga nos Playoffs. Se o nono colocado estiver menos de quatro jogos atrás do oitavo colocado, eles disputarão a última vaga em confronto direto. 

Este confronto duraria duas partidas e traz uma vantagem ao oitavo colocado, que só precisa vencer uma vez para se classificar para os Playoffs. O nono colocado precisa derrotar o oitavo em duas partidas para avançar. 

Com esta fórmula, a NBA compensa os times que estavam atrás pelas partidas partidas com a impossibilidade de concluir o calendário de 82 jogos. 

Definidos os classificados para os Playoffs, a competição seguiria normalmente em seu formato tradicional, com séries de sete jogos e times separados em conferências. 

É importante salientar que os jogos já disputados até agora continuam valendo, ou seja, a campanha final dos times vai ser o retrospecto até a parada da temporada somado ao resultado destas oito partidas adicionais. 

E falando em calendário, as partidas de cada time serão definidas de acordo com o calendário original de cada time, excluídos os que não estão lá. Então digamos que os próximos oito jogos de um time qualquer contivessem cinco times dentre os 22 que vão seguir na disputa e três times dentre os que não vão mais jogar. Neste caso, os três jogos contra os times que ficarão de fora serão excluídos, e adicionados os próximos três contra times que estarão no local único para os jogos. E afinal, que local será esse?

Onde vão ser os jogos?

A NBA está nos últimos detalhes de um acordo com a Disney World, em Orlando (Florida), para que toda a estrutura de quadras seja montada no gigante parque temático e complexo de hotéis. Os próprios jogadores e demais funcionários ficariam hospedados nos resorts que normalmente atendem turistas, e teriam certa liberdade para sair do "campus", como a NBA vem chamando a estrutura que pretende montar ali. 

Uma vez terminada a temporada regular, quando oito times forem para casa, a expectativa é de que familiares possam se juntar aos jogadores na Disney. Os times que chegarem até as fases finais devem passar quase três meses no local, então é importante para os jogadores que suas famílias possam estar perto. 

Quando tudo isso vai acontecer?

As datas não são definitivas e podem mudar, é claro, dependendo da pandemia de covid-19. Mas a NBA pretende seguir o seguinte calendário, já pensando nos reflexos sobre a próxima temporada:

9 a 11 de julho: período de treinos

31 de julho: volta da temporada

25 de agosto: loteria do Draft

12 de outubro: data-limite para terminar os Playoffs

15 de outubro: Draft

18 de outubro: abertura da agência livre

10 de novembro: treinos para a temporada de 2020-21

1 de dezembro: início da temporada 2020-21

O que falta resolver?

Nem tudo está resolvido, e a NBA ainda precisa definir algumas coisas. A principal delas diz respeito à vantagem que os times de melhor campanha vão perder por não terem mais mando de quadra, já que os jogos serão em local neutro. Para isso, existem diversas propostas na mesa, que incluem direito de escolher em qual hotel ficarão hospedados, mais pedidos de tempo e desafios para os técnicos, além da possibilidade de poder fazer mais faltas. 

A ideia que faz mais sentido, entretanto, envolve dar ao time "mandante" o direito de começar com a posse de bola em todos os períodos do jogo, com exceção do tapinha inicial, é claro. Isso nasce da estatística histórica de que times mandantes costumam ter algumas posses de bola a mais do que os visitantes em Playoffs, e assim esta vantagem esportiva estaria garantida. 

Quais os reflexos disso tudo na continuidade da NBA?

Todos sabemos que a principal consequência pela parada dos jogos é financeira. A NBA perdeu uma enormidade de receitas, e as finanças da liga podem sofrer um baque no curto prazo. Jogando mais 88 partidas de temporada regular, a NBA chega no número mágico que garante que as verbas de seus contratos de TV sejam pagos quase em sua totalidade, mas as receitas com bilheteria e demais vendas em dias de jogo representam 40% do faturamento da liga e seus times, então todos precisam se preparar para um período de vacas magras. 

Os jogos em Orlando vão acontecer sem torcida presente, e ainda não existem garantias de que em dezembro, para a próxima temporada, seja possível realizar eventos esportivos com torcedores no ginásio. Sendo assim, pelo sistema econômico da liga, o teto salarial deve baixar e vai depender de negociação entre jogadores e times para que o impacto não seja muito grande. Muitas equipes já têm grandes folhas de pagamento comprometidas para as próximas temporadas, e podem ser muito afetadas com problemas de luxury tax e até mesmo montagem de elenco na próxima agência livre. 

Diante disso tudo, somado ao fator do tempo reduzido, podemos esperar um período de agência livre bastante tímido em 2020, com times buscando se reforçar mais via trocas e Draft. 

Também vai ser interessante observar como a NBA decide seguir em frente com seu formato de competição. Muitas propostas vieram à tona para retomar os jogos, e muitos agradaram a liga e seus principais atores. O comissário Adam Silver já tinha planos de tentar incluir um torneio de meio de temporada durante a campanha regular da NBA, e o modelo similar à Copa do Mundo de Futebol gerou bastante interesse nas discussões recentes, podendo ser um caminho para viabilizar este torneio e outras propostas de competição mais dinâmicas. 

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