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Por que a Nike aposentou o “Just Do It” e o que isso diz sobre o futuro das marcas

25 de Setembro de 2025

A troca de um slogan histórico não é capricho criativo: é estratégia. Ao substituir “Just Do It” por “Why Do It?”, a Nike sinaliza um reposicionamento para dialogar com uma geração que valoriza acolhimento, pertencimento e saúde mental tanto quanto performance. A decisão procura manter a marca culturalmente relevante sem depender da nostalgia.

Do mantra à transição

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Lançado em 1988, “Just Do It” extrapolou a publicidade e se tornou um mantra de superação pessoal. Quase quatro décadas depois, a Nike identifica que a mesma mensagem passou a soar como cobrança para parte do público jovem. Em vez do imperativo da ação, a nova narrativa propõe um convite: entender o motivo que nos move antes do primeiro passo.

O que muda no posicionamento

A lógica deixa de ser apenas desempenho para abraçar propósito. “Why Do It?” amplia o território de marca da performance pura para a performance com sentido — espaço que inclui bem-estar, inclusão e trajetórias diversas. Na prática, campanhas tendem a valorizar histórias menos lineares, celebrar progressos pequenos e mostrar caminhos de acesso ao esporte e ao movimento cotidiano.


Conexão com a nova geração

Para a Geração Z, autenticidade e suporte importam. Mensagens que reconhecem vulnerabilidades, contextos e ritmos individuais são mais bem recebidas do que chamadas de comando. O novo discurso abre espaço para empatia e encorajamento, mantendo o brilho competitivo, mas ancorado em conversas sobre saúde mental, comunidade e segurança psicológica.

Riscos, oportunidades e métricas a observar

Mudar um ícone carrega riscos: diluição de memória afetiva, resistência de públicos fiéis e comparação constante com a era anterior. Em contrapartida, há ganhos potenciais em relevância cultural, rejuvenescimento de audiência e expansão de categorias (lifestyle, wellness, serviços). Para avaliar a eficácia, vale monitorar: lift de marca em segmentos 16–29, engajamento orgânico das campanhas iniciais, taxa de associação espontânea ao novo slogan, tráfego e conversão em linhas não-core e, principalmente, sentimento nas comunidades.

O que outras marcas podem aprender

Ícones não são eternos. Quando o contexto muda, o ativo mais valioso é a capacidade de escuta e ajuste. Três lições ficam: (1) reposicionamento não precisa negar a herança, mas traduzi-la; (2) idioma de marca deve acompanhar a cultura, não persegui-la; (3) métricas de sucesso têm de incluir impacto emocional e utilidade social, além de vendas.

"Why do it?"

“Why Do It?” não apaga o passado — ele o reinterpreta. Se a execução for coerente em produto, varejo, atletas e conteúdo, a Nike tende a fortalecer sua liderança, agora guiada por propósito. O teste real será simples: a nova frase consegue acender a centelha que faz alguém começar?

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