O fim não parecia próximo quando Russell Westbrook recusou sua opção de jogador de US$ 3,5 milhões em junho de 2025. Após uma temporada produtiva com o Denver Nuggets, o ex-MVP da NBA ainda planejava disputar seu 18º ano na liga. Mas, com o início da pré-temporada, o veterano segue sem time, e o silêncio das franquias pode indicar que uma era está prestes a se encerrar.
Embora tenha um currículo mais brilhante que o de muitos, Westbrook parece viver o mesmo destino que outras lendas da NBA, empurradas para fora do jogo sem despedida. O Houston Rockets fez isso com Carmelo Anthony em 2019, cortando o astro após apenas 10 partidas. Dwight Howard também saiu pela porta dos fundos e até hoje sonha com uma volta às quadras. Agora, Westbrook pode ser o próximo nome dessa lista ingrata.
Um fim que não reflete a grandeza
Se essa for realmente a última dança de Westbrook, ele merece ser lembrado não pelas falhas, mas pela intensidade inigualável. Assim como Howard e Anthony, ele é um jogador de calibre Hall da Fama. Um competidor que nunca desistiu, nunca poupou esforço, e deixou tudo em quadra... sempre.
Ao longo de 17 temporadas, Westbrook construiu um legado impressionante: nove seleções para o All-Star Game, duas conquistas de título de pontuação, três lideranças em assistências, nove seleções All-NBA, o prêmio de MVP em 2017 e um lugar garantido no Time dos 75 maiores da história da NBA. E, claro, o feito histórico de quatro temporadas inteiras com médias de triplo-duplo.
O rei dos rebotes entre armadores
Entre os armadores, ninguém dominou os rebotes como Westbrook. Ele se tornou um fenômeno estatístico, alcançando médias de 10 rebotes por jogo em várias temporadas. Em termos de números ofensivos, ele figurou no percentil 94 ou superior entre armadores em todas as temporadas de sua carreira — e em sete delas, liderou a NBA nesse quesito. Isso mostra o quão único ele foi, especialmente considerando seus 1,93m enfrentando pivôs de 2,10m ou mais.
Críticos podem dizer que seus companheiros “cediam” rebotes para ajudar nas médias de triplo-duplo, mas o Thunder de 2017 — terceiro melhor time em transição da liga — dependia diretamente do estilo “pegou e correu” de Westbrook. Seu impacto era real, não fabricado.
Mais que estatísticas: um competidor nato
Westbrook nunca foi um arremessador eficiente, tampouco um defensor consistente, mas foi um competidor implacável. Ele liderou a liga em assistências três vezes e foi campeão de pontuação duas — algo que nem Larry Bird, Dwyane Wade ou Carmelo Anthony conseguiram. Sua explosão no aro e os pôsteres lendários o colocam no debate como o melhor armador enterrador da história, ao lado de nomes como Derrick Rose e Baron Davis.
Seu auge em 2017, carregando um elenco limitado do Oklahoma City Thunder aos playoffs, é um dos maiores “one-man shows” da história da NBA moderna. Westbrook não apenas manteve o time competitivo — ele o transformou em espetáculo.
O legado que permanece
Mesmo que não vista mais um uniforme da NBA, Westbrook deixa uma marca eterna. Sua energia, intensidade e paixão não podem ser replicadas. Ele redefiniu o conceito de esforço e provou que o coração pode ser uma estatística tão valiosa quanto pontos, rebotes ou assistências.
“Nunca pare. Nunca desista.” Essa foi a filosofia que o moveu por quase duas décadas. E é assim que ele será lembrado — como o armador que desafiou a lógica, o tempo e as críticas, e que jogou cada posse como se fosse a última.