Algumas semanas atrás, o Draft de 1997 fez aniversário de 20 anos. Este recrutamento foi decisivo para a história da liga, e especialmente para a trajetória do San Antonio Spurs. Neste ano, a franquia do Texas selecionou Tim Duncan com a escolha #1, e mudou para sempre a NBA.
Desde então, o Spurs se tornou um modelo de excelência administrativa e basquete coletivo, e é claro que Duncan foi apenas uma das peças que tornaram isso possível.
Nestes 20 anos, sob o comando de Gregg Popovich, que já conseguiu chegar ao nível de lendas como Phil Jackson e Red Auerbach, o Spurs venceu 5 títulos e se tornou a 4ª franquia com mais títulos da história, atrás apenas de Boston Celtics (17), Los Angeles Lakers (16) e Chicago Bulls (6). Também foi a única franquia a ir para os playoffs em todas as temporadas nestes 20 anos. O recorde de todos os tempos é do Syracuse Nationals, de 22 temporadas seguidas entre 1950 e 1971, que neste mesmo período, em 1963, virou o Philadelphia 76ers. O segundo colocado no ranking é o Portland Trail Blazers, que foi a 21 playoffs seguidos entre 1983 e 2003. É seguro dizer que a probabilidade do Spurs bater este recorde é muito grande.
Neste período, foram 1.113 vitórias e 459 derrotas, num aproveitamento incrível de 71%
Duncan com certeza foi o maior pilar do time, e durante a maior parte de sua carreira teve Tony Parker e Manu Ginobili a seu lado. No entanto, o Spurs já provou que é maior que os três, e a nova geração segue sendo uma equipe de ponta com Kawhi Leonard em quadra e Popovich ainda no banco.
O GM R.C Buford trabalhou muito bem durante este tempo. Raramente o Spurs fez uma contratação errada. Pelo contrário, a franquia muitas vezes transformou jogadores medianos e com pouco nome em titulares valiosos ao longo desta trajetória. Para um role player comprometido, não existe time melhor para jogar.
20 anos atrás, a estrela da companhia era David Robinson, um dos melhores pivôs da NBA, mas o Spurs era um time mediano. Tinha pouca história e estava escondido num mercado relativamente pequeno.
Com a chegada de Duncan, Robinson ainda ganhou dois títulos com o ala-pivô como parceiro de garrafão, formando uma das “torres gêmeas” mais devastadoras que a NBA já viu.
Duncan, inclusive, pode ser considerado o jogador mais premiado de sua geração. Além dos 5 títulos, foram 2 prêmios de MVP, 15 aparições em All-Star Game, 10 nomeações para o time ideal da NBA e 8 nomeações para o time ideal de defesa da liga. Pelo conjunto da obra, ele tem mais conquistas que qualquer outro jogador da NBA nos últimos 20 anos, e aí tem gente muito grande, do nível de Kobe Bryant, Shaquille O’neal, Kevin Garnett, LeBron James e Dirk Nowitzki, só para citar alguns.
Não é exagero dizer que Duncan é o melhor ala-pivô que o basquete já viu, e fica a eterna dúvida: ele foi tão bom assim pelo sistema de Popovich e a organização do Spurs, ou a franquia que se beneficiou de seu estilo altruísta e coletivo? É impossível responder uma das questões sem levar a outra em consideração. O fato é que Duncan, Popovich e o Spurs foram todos feitos um para o outro, e quando essa história começou, lá na offseason de 1997, ninguém esperaria que uma franquia mediana de San Antonio estivesse prestes a se tornar exemplo de gestão para o mundo esportivo e uma das maiores vencedoras dos esportes americanos.
Fique por dentro
NBA: Precisamos falar com seriedade sobre LeBron James após novo recorde
Warriors x Thunder: onde assistir ao vivo o jogo de hoje na NBA
As estatísticas de Bronny James em sua estreia na G-League